(Ence)nação teatral: A (est)ética do sacrifício feminino em The Countess Cathleen, de William Yeats

Raimundo Expedito dos Santos Sousa

Resumo


Este artigo examina as figurações do feminino em The Countess Cathleen, primeira peça que o escritor William Yeats escreveu para o Irish Literary Theatre, veio teatral do nacionalismo cultural irlandês. A peça foi produzida em um projeto de nação que, a fim de provar a virilidade dos homens nativos, subestimada pelo imperialismo britânico, instaurou um código de hipermasculinidade que demandava, em complemento, um código de hiperfeminilidade análogo. Atento às especificidades desse contexto de produção, o trabalho focaliza a construção da protagonista, a Condessa Cathleen, com ênfase na dicotomia entre erotismo e sacrifício. A análise permite considerar que Yeats se valeu de elementos da hagiografia como forma de heroificar a personagem como emblema da resignação feminina e, sobretudo, como modo de salientar a incompatibilidade entre o ethos sacrificial e o amor romântico.


Palavras-chave


Yeats. Teatro. Representação. Mulher. Hagiografia

Texto completo:

PDF


ISSN: 2447-2654 (Online)

Licença Creative Commons

O periódico "Coisas do Gênero" foi licenciado com uma licença Creative Commons


Rua Amadeo Rossi, 467
Morro do Espelho - São Leopoldo - RS - Brasil
CEP 93.030-220 - Tel.: +55 51 2111 1400


Acessos:

contador de visitas