Afro-pomeranos: entre a Pomerânia lembrada e a África esquecida

Patrícia Weiduschadt, Marcos Teixeira Souza, Cássia Raquel Beiersdorf

Resumo


Para Durkheim, numa visão funcionalista da Sociedade, a Educação desempenha um papel preponderante na formação de valores culturais, ideológicos, científicos e sociais, fazendo assim que a vontade e os modelos de bom ou ruim, propostos por uma geração, passem para outra. Neste aspecto, a lei 10.639 questiona uma formação docente e discente, cuja visão de mundo e currículo sejam eurocêntricos e gobinistas, reafirmando a necessidade de repensar criticamente a Escola como uma instituição social imersa em uma sociedade plural, do ponto de vista étnico e cultural, em que os atores sociais não se encontram, muitas vezes, centrados em uma única identidade e cultura. Tal problemática se torna explícita ao se deparar com os afro-pomeranos ou pomeranos negros de Canguçu, Arroio do Padre e São Lourenço do Sul. Acentuam-se diferenciações históricas e culturais da constituição desses povos no Brasil, mas as relações entre estes grupos foram marcadas, em certa medida, na aproximação pelo trabalho, que não era escravo, mas assalariado, e pela religiosidade, como exemplo, o caso da comunidade negra luterana, entre pomeranos em Manoel do Rego em Canguçu. Os negros apropriaram-se da língua pomerana como forma de adaptação, mas não sem resistências, prova que os objetos e símbolos de sua cultura estão representados nesses espaços, ainda que, de forma escamoteada.

Palavras-chave


Afrodescendentes; Pomeranos; diáspora; religiosidade; Educação

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ISSN 1676-9570 (impresso - ENCERRADO)

ISSN 2178-437X (eletrônico)

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