A violência doméstica contra a mulher: um desafio à filosofia e à teologia no Brasil

Lilian Conceição da Silva Pessoa de Lira

Resumo


A Lei nº. 11.340, Lei Maria da Penha, foi sancionada no Brasil em 07 de agosto de 2006, devido às lutas históricas das feministas, movimentos de mulheres e atendendo aos compromissos internacionais assumidos pelo Estado em favor dos direitos humanos das mulheres. O Brasil é reconhecido como um dos lugares mais perigosos para as mulheres viverem, onde a violência doméstica e o sexismo são uma terrível realidade. Não por acaso a teóloga e filósofa feminista brasileira Ivone Gebara afirma que “as feministas não têm trabalhado suficientemente as cadeias religiosas dos meios populares, que são cadeias que consolam e oprimem ao mesmo tempo”, e que “não se pode ser feminista ignorando a pertença religiosa das mulheres”. Como acredita Hunt, o enfrentamento à violência contra as mulheres é um tema complexo que somente poderá ser superado com o trabalho conjunto, por isso urge encontrarcomunidades de resistência e transformação em outras tradições de fé e mesmo fora das religiões. Sendo, portanto, um desafio que confronta a Teologia e a Filosofia no Brasil e que tem sido assumido por Ivone Gebara, em sua Fenomenologia Feminsta do Mal , que “Trata-se de uma fenomenologia existencial a partir do discurso sobre uma vivência particular, isto é, a vivência das mulheres” , e por Sueli Carneiro, em sua tese “A Construção do outro como não-ser como fundamento do ser” , que potencializando a análise de gênero com o dispositivo “racialidade/biopoder” , evidencia o epistemicídio , do qual as mulheres negras são as mais atingidas.

Palavras-chave


Violência contra a mulher; Lei Maria da Penha; Sexismo

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DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v33i0.1696

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