O Movimento Mucker na visão de dois pastores evangélicos

Martin N. Dreher

Resumo


Após examinar o contexto social e religioso europeu de onde partiram os imigrantes, o presente texto explora relatos sobre o movimento Mucker feitos pelos pastores luteranos Rotermund e Schmierer, que atuaram na região de São Leopoldo e Sapiranga imediatamente após o desfecho do conflito. Suas opiniões são muitas vezes antagônicas, ora responsabilizando a ignorância dos colonos; ora o abandono dos emigrados de parte da Igreja Alemã; ora a maçonaria e os políticos locais, ferrenhos arreligiosos; ora a esperteza dos Maurers. Também louvam a piedade genuinamente evangélica dos Maurers. Interpretando a opinião dos pastores, conclui-se que os Muckers evidenciam “um choque entre uma piedade reavivalista e duas frentes que se lhe opõem: o cristianismo iluminista e o ateísmo materialista, mesclado com um mal digerido darwinismo”. Em termos religiosos, os Muckers caracterizam-se como uma “piedade popular em luta com seus detratores. Há lamento sobre a situação em que se encontra a Igreja, muita leitura bíblica, culto doméstico, seriedade ética. A hermenêutica é alegórica e recebe contornos quiliásticos. A seriedade ética e moral leva-os a ser ‘consciência’ da Colônia, o que, naturalmente, vai levar à reação”. O relato dos pastores permite ainda perguntar se ao invés de caracterizar os Muckers como reação ao projeto de sinodalização da Igreja, sua clericalização, não estariam eles reagindo à Igreja dos pastores-colono, apoiando a clericalização.

Palavras-chave


Jacobina; Movimento Mucker

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DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v2i0.2171

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