Deuses da opressão diante do Deus Libertador

Vanderlei Alberto Schach

Resumo


Neste artigo, descrevo inicialmente a forma como o sábado era observado no judaísmo. Pelos relatos dos Evangelhos percebe-se que a observância do sábado constituía-se um fardo pesado sobre o povo. Havia muitas prescrições e proibições por causa do sábado e que tiravam a liberdade do povo. Num segundo momento falo sobre o posicionamento de Jesus diante do sábado. Marcos nos primeiros três capítulos do seu Evangelho trata do sábado. O ápice do relato marcano sobre as controvérsias sabáticas com os seus adversários acontece com a cura do homem que tinha uma das mãos ressequidas (3.1-6). O termo original usado para descrever a cura é avpokaqivsthmi "restaurar". Não apenas restaurar, mas restaurar ao sentido original, como era no início. Jesus promove a descontinuação da lei sabática e, como o Deus libertador, pretende integrar grupos marginais, excluídos da sociedade, considerados pelos deuses (Jo 10.34) como impuros. E por último o significado do posicionamento de Jesus para a atualidade. Jesus assume uma posição flexível diante do sábado em relação à lei codificada no Antigo Testamento e na tradição dos anciãos, mas comprometido com a lei como expressão da vontade perfeita de Deus para a humanidade. Na cura de Jesus no sábado, ele também tem um posicionamento que significa um ato de recriação do mundo nos tempos do fim. Assim como naquela época Jesus promovia libertação ao povo, ainda pode fazer hoje, libertando os oprimidos das suas cargas.

Palavras-chave


Sábado; Jesus Cristo; Opressão; Libertação; Deuses

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DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v28i0.231

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