A divinização e humanização do perdão no imaginário popular religioso brasileiro

Neilson Xavier de Brito

Resumo


Alguns modelos comportamentais são criados pela imaginação e somente nesse ‘imaginário’ tem existência real, ainda que seja fictícia. Essas imagens de representação coletiva ou ideias são internalizadas pelo homem, que constrói para si mesmo, sistemas de valores, crenças, ideologias e experiências religiosas. O imaginário popular religioso configura então, a partir de uma aparente reflexão, axiomas de fé e comportamento que passa a nortear às ações práticas da vida.  Uma expressão do poeta e ensaísta britânico do Século XVIII, Alexander Pope, “Errar é humano. Perdoar é divino”, passou a ser verdade absoluta no imaginário popular religioso brasileiro. Aborda-se nesse artigo, a relação divinização e humanização do perdão.  Por que é possível compreender o potencial humano para o erro, mas quando se faz necessário aplicar o perdão para aquele que comete o erro, divinizamos o perdão? A partir de uma reflexão sobre o imaginário religioso popular, onde errar é uma atividade inata ao homem e o perdoar um dom exclusivamente divino e da relação e visão teológica do brasileiro com Deus, procura-se apresentar o conceito de perdão segundo o texto sagrado para os cristãos, expondo o princípio de que perdoar é tanto um ato divino quanto humano. Evoca-se também às dificuldades vivenciadas do ato de perdoar na relação homem para com o seu semelhante e o auxílio prestado através do aconselhamento.

Palavras-chave


Imaginário religioso; Divinização; Humanização; Perdão; Aconselhamento

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DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v40i0.2573

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