As várias faces do fundamentalismo protestante no Brasil: por uma discussão terminológica e conceitual

Breno Martins Campos, Saulo Inácio da Silva

Resumo


Como resultado de pesquisa bibliográfica de fontes não necessariamente unânimes entre si, este artigo contribui para a compreensão do campo evangélico no Brasil por comparação com a realidade estadunidense do passado e do presente, e pela discussão das relações do fundamentalismo com o neofundamentalismo, o pentecostalismo e o neopentecostalismo (ou pós-pentecostalismo). O objetivo geral perseguido ao longo das seções é demonstrar que, hoje, fundamentalismo é um termo que nomeia vários fenômenos; e que, portanto, é mais adequado observar (para entender) o que fazem os fundamentalistas do que esboçar quaisquer definições conceituais. Por não ser uma igreja ou denominação instituída, o fundamentalismo no Brasil vai da presença no protestantismo histórico à circulação dentre os neopentecostais; do pré-milenarismo dispensacionalista do pentecostalismo tradicional ao pós-milenarismo adaptado dos pós-pentecostais. Em contrapartida, ao longo do século XX e até hoje, num ponto todas as faces do fundamentalismo concordaram e ainda tendem a concordar: há uma única verdade (retirada de muitos modos da mesma Bíblia) e, como consequência, o divergente precisa mudar, caso contrário, torna-se intolerável – funcionamento que revela o fanatismo dos fundamentalistas. Mais recentemente, a política foi o caminho adotado para a entrada dos fiéis no espaço público e para a tentativa de conversão, ainda que à força, da sociedade à moralidade dos fundamentalistas.

Texto completo:

PDF (Português)


DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v43i01.2913

Direitos autorais 2017 Protestantismo em Revista