LUTERO E SEUS MONSTROS: COMO O REFORMADOR ERIGIU FRONTEIRAS AO SE REFERIR À ALTERIDADE

Vanderlei Dorneles

Resumo


A Reforma protestante iniciada por Lutero no século 16 representou uma reação do espírito cristão a eventos de forte tensão nas esferas política, cultural e religiosa. As ameaças turcas à ordem cristã europeia e os problemas decorrentes do poder papal abriram espaço para um choque de culturas e desencadearam um processo de mudanças de grandes proporções. Como elementos linguísticos desse choque, encontra-se o arsenal de metáforas monstruosas empregadas pelo reformador na nomeação de seus opositores, tais como monstros, bestas, anticristos, quimeras, asnos e porcos. Com esses recursos de linguagem, Lutero começou a erigir as fronteiras entre o que ele considerava o verdadeiro cristianismo e sua oposição ou falsificação. O estudo dessas metáforas indica como a Reforma reproduziu e projetou um mundo dividido entre o próprio e o alheio, o bem e o mal. As metáforas monstruosas empregadas por Lutero são aqui analisadas sob o pano-de-fundo de A Cidade de Deus, a semiótica da cultura e o conceito do monstro como texto da cultura.


Palavras-chave


Reforma; Lutero; monstros; alteridade; cultura.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v45i1.3195

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